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Recentemente, durante o evento “BPI La Caixa Innovation for the Future of Health. Boosting Scientific Entrepreneurship“, realizado no Centro Cultural de Belém (CCB) no passado dia 10 de julho, tive o privilégio de entrevistar o Professor Nuno Sousa, Presidente da AICIB. A seguir, partilho alguns dos pontos mais relevantes discutidos nesta ocasião, que acredito serem de grande interesse para a comunidade do Fórum Hospital do Futuro.
Acerca de Nuno Sousa
Nuno Sousa é um distinto professor catedrático na Escola de Medicina da Universidade do Minho, onde também já desempenhou o cargo de Dean. Além disso, é professor visitante na Upstate Medical University, em Nova Iorque. Sousa é médico neuro-radiologista e diretor do Centro Clínico Académico – Braga, situado no Hospital de Braga, e do Centro de Medicina Digital P5.
A sua carreira académica e profissional é marcada por uma forte dedicação à investigação na área das neurociências. É investigador no Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho e já recebeu vários prémios pelas suas contribuições, incluindo o Prémio Janssen Neurociências e a Medalha de Ouro do Ministério da Saúde em 2011.
Em 2022, Nuno Sousa foi nomeado vice-presidente da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) e é atualmente o seu Presidente, posição na qual contribui para o avanço da investigação e inovação no campo da saúde em Portugal.
A Evolução da Escola de Medicina: Centro de Medicina Digital e Parcerias Público-Privadas
A inovação na gestão clínica e a promoção da saúde são fundamentais para a evolução da Escola de Medicina da Universidade do Minho, que Nuno Sousa dirigiu antes de estar na AICIB. A criação do Centro de Medicina Digital é um marco nesse processo, destacando a importância das parcerias público-privadas. Estas parcerias não apenas impulsionam a inovação, mas também garantem a sustentabilidade dos projetos a longo prazo. Desde que assumiu a presidência da instituição em março, Nuno Sousa e a sua equipa têm trabalhado incansavelmente para continuar a missão e a visão estabelecidas, focando em programas educativos e promocionais do fomento da investigação em saúde e em concreto, a expansão da quantidade e qualidade dos ensaios clínicos realizados em Portugal.
Adaptação de Modelos e a Importância da Diversidade de Perspectivas
A diversidade de perspectivas é essencial na tomada de decisões estratégicas. A nível nacional, temos visto uma mudança de responsabilidade que exige a adaptação de modelos bem-sucedidos em diferentes contextos. A experiência anterior de Nuno Sousa no 2CA em Braga mostrou-lhe a importância de adaptar soluções às realidades locais. Portanto, agora à frente da AICIB enfatiza a necessidade de uma abordagem que valorize a diversidade de experiências e que seja flexível para se ajustar às especificidades de cada cenário.
Melhoria dos Centros de Investigação Clínica
A qualidade e a eficiência dos centros de investigação clínica são cruciais para o avanço da medicina. Durante a entrevista, discutimos a necessidade de maior autonomia e responsabilidade nestes centros. A criação de indicadores de desempenho e a sua incorporação nos contratos-programa das instituições de saúde são passos importantes para garantir a eficácia e a qualidade dos dados produzidos. Investir na melhoria desses centros significa apostar no futuro da investigação baseada em dados e na capacidade de responder de forma eficaz às necessidades não apenas clínicas mas de gestão de saúde pública.
Criando Redes Colaborativas para Melhorar a Infraestrutura de Saúde
A criação de redes colaborativas entre pequenas e grandes instituições de saúde pode transformar a infraestrutura e a eficiência dos serviços. Um modelo cooperativo transparente é essencial para aumentar o recrutamento para estudos clínicos em Portugal. Nuno Sousa mencionou a inspiração em modelos internacionais bem-sucedidos e o potencial transformador das novas tecnologias no ecossistema de saúde português. Temos observado um aumento nas candidaturas portuguesas para apoios da Fundação La Caixa, em parceria com a FCT, um sinal positivo do impacto do trabalho da AICIB.
Próximas Etapas
Para avançarmos, identificamos algumas ações prioritárias:
– Implementar uma plataforma de dados: Melhorar a qualidade e fiabilidade das informações sobre investigação clínica em Portugal.
– Desenvolver um modelo cooperativo: Apoiar hospitais menores na participação em ensaios clínicos, conectando-os com instituições maiores ou oferecendo suporte através da Agência.
– Integrar dados e indicadores de desempenho: Incluir nos contratos-programa das instituições de saúde portuguesas.
Estas ações visam fortalecer a investigação clínica e fomentar um ambiente colaborativo que beneficie todas as partes envolvidas.
Convido todos os membros do Fórum Hospital do Futuro a partilharem as suas experiências e ideias sobre como podemos, juntos, moldar o futuro da saúde em Portugal. A colaboração e a inovação são pilares essenciais para um sistema de saúde mais eficiente e eficaz.